domingo, 15 de novembro de 2009

Ensaio sobre o Amor

E o rei disse...

Aquele homem ou mulher que não souber amar irá morrer.
Fez-se um grande silêncio naquele reino perdido e descrente no sentimento nobre do saber amar.
Dito isto, se retirou o rei dando aos seus súditos uma semana para saberem amar e multiplicar esta bênção dos céus.
A correria era apavorante entre as almas desfalídas daquele reino
pobre de sentimentos, porque todos tinham muitos bens, incontáveis propriedades, inúmeras cabeças de gado e outros animais de consumo e comércio.
Mas não sabiam amar...
E por não saberem amar, como cumpririam o pedido de Vossa Alteza?
Muitos saíram chorando, correndo de um lado para o outro, outros de joelhos em terra, pediam aos céus que mandassem anjos, a fim de abrandarem o coração endurecido de Sua Majestade.
Outros ameaçavam se matar diante da impossibilidade de não saber amar, pois sabiam muito bem que o rei era impiedoso em seus mandatos, preferiam então morrer por si a se furtar ao cumprimento de tal tarefa. A tortura da morte lenta lhes saltava aos olhos de medo e temor.
Um aldeão passando por uma colina, viu inúmeras crianças correndo, cantando e sorrindo sem nada temer.
E o pobre homem indagou: Como poderiam estar assim tão despreocupadas com as suas próprias vidas, sabendo o que estava por vir?
Resolveu então o pobre homem saber das crianças qual a razão de tanta felicidade em hora tão delicada.
Chegando perto com muito receio e muito dó das pequeninas crianças falou o homem:
Crianças tolas! Não sabeis vós que suas vidas estão por um fio? Não sabem que o rei impiedoso irá tirar-lhes a vida em pouco tempo?
Como podem pular, cantar e festejar, diante de futuro tão sombrio?
E uma daquelas crianças meigas e doces, chegando bem perto do homem que a esta altura estava em pranto lhe disse:
Homem sem fé, não sabes vós que nós as crianças sabemos amar?
Não vamos morrer, esta é a nossa alegria.
Estamos felizes a cantar, porque sabemos que um mundo melhor está por vir, sabemos nós, tolas crianças, que esta era de maldade e iniqüidade está por findar, mesmo nós perdendo nossos pais, mães e entes queridos estamos felizes, pois sabemos que o decreto do sábio rei irá manter a paz na terra, findando este tempo de avareza, maldades sem fim, usurpação e egoísmo.
Estamos felizes, pois agora sabemos que nossos filhos irão ter um mundo mais justo, um mundo de amor e de saber amar.
E assim a criança fez um afago nos longos e brancos cabelos do pobre homem, que já havia parado de chorar... e continuou a dizer:
Não chore por nós, chore por vós mesmos, e por todos os outros homens e mulheres que logo mais não estarão aqui.
O homem soluçando dizia:
Como saber sobre o amor, se nunca ninguém nos tinha ensinado sobre este tão delicado tema?
Como fazer-se amar?
Como dividir o que não se tem?
Aquele rei estava sendo mau, cruel, estúpido, e acima de tudo impiedoso.
Porém, suas palavras, meiga criança, me fez pensar se sabeis vós sobre o amor e suas nuances, poderia nos ensinar como fazer para salvar nossas vidas de tão trágico fim?
Voltou a criança que lhe falava, e juntou-se a todas as outras... E num murmúrio sem fim ficaram durante longos minutos a confabular sobre o pedido sentido daquele pobre homem, algo nele havia tocado o coração daquelas sabias crianças.
Algum tempo depois voltou a meiga criança com o resultado de longa reunião entre os pequeninos.
Senhor, vós sois um bom homem, porque estava vós preocupado com nosso bem estar, não se importando em tratar de suas coisas, a fim de evitar morte tão cruel como havia sido anunciado pelo rei.
Sabeis vós que este ato o introduz no caminho do tão sonhado amor?
E propôs a criança que a esta altura se intitulava representante de todas as outras:
Vá e faça com que todos os desta aldeia estejam reunidos na praça central antes do fim deste dia... nós iremos lhes falar.
E assim o homem fez.
Falou a todos de sua experiência com aquelas crianças e implorou a todos que sem falta estivessem no lugar e hora marcada, para assim poderem salvar suas vidas do prometido pelo rei.
A praça estava cheia, as pessoas se acotovelavam entre si para um melhor lugar, perto daquelas mágicas crianças.
Perto das 18hs as meigas e doces crianças começaram a chegar ao recinto daquela praça, que no passado já havia sido palco de torturas impiedosas, execuções sumárias e histeria coletiva...
Sorrindo, a mesma criança que falara ao homem primeiro entoou aos demais:
Vós, homens e mulheres de pouca fé, quereis a salvação?
Onde estão aqueles que apredejaram a pobre mulher adúltera?
Onde estão aqueles que em coro pediam ao carrasco que fosse lento com o machado no pescoço do homem acusado de roubar uma galinha porque estava com fome.
Onde, onde, onde...
E a senhora que há poucos dias havia sido enforcada por não estar em casa quando seu marido chegou de viagem e acusada de traição e adultério tinha morrido, sem nunca ter podido falar que estava na casa de sua mãe doente, dando-lhe carinho em sua ultima hora de vida depois de longos dias de sofrimento!
Onde estariam aquelas pessoas tão cruéis que outrora festejavam a morte do alheio?
E um silêncio mudo se fez naquela praça... podia ouvir-se o cantar dos pássaros, e o bater de suas assas ao longe tamanha era a paz e o silêncio daquela praça numa tarde de outono.
Finda esta primeira parte de relatos dolorosos, a lembrança daqueles que outrora tinham sido o algoz de almas tão sofredoras continuou a falar a criança:
Eu vos digo em verdade... Mereceis morrer aqui e agora todos vós, pessoas más e sem coração!
Mas tende sorte de ter entre vós, uma pessoa tão boa, como aquele homem que ali se encontra... E apontou a criança para o homem primeiro, que lhes tinha falado.
Tornou a criança que tinha cabelos de anjo, olhos azuis, vestes brancas e voz de um pássaro:
Eu vos digo em verdade, se querem aprender a amar, e sobre o amor, tendes que vos desfazeres de todos os bens que se amontoam em seus cofres e tudo quanto lhes fazem mais ou menos do que o vosso irmão.
Façam isto e amanhã, nesta mesma hora me encontrem aqui sem nada que lhes façam melhor do que o seu próximo.
As pessoas saíram da praça de cabeça baixa, com aquele mesmo silêncio que lhes havia tomado no começo da reunião, ninguém ousava dizer palavra que fosse.
E aquela noite foi algo de assustador no vilarejo.
Ao longe se via a alta fogueira, onde de tudo se podia ver queimar, roupas, dinheiro, jóias, papeis de escrituras.
Os animais haviam sido soltos no campo, as aves saiam correndo sem saber muito bem para onde ir, o mesmo podia se dizer dos cavalos, porcos, cabritos, carneiros e outros animais.
Era uma visão até certo ponto assustadora, pois jamais havia se visto algo parecido com aquele ato de desprendimento que ora se via.
A noite foi longa, silenciosa, misteriosa, surda.
No dia seguinte, na mesma hora e lugar estavam todos com vestes muito simples, quase era impossível saber ali quem era o empregado e quem era o patrão, quem tinha e quem não tinha posse, todos naquele dia pareciam ser iguais, num misto de pessoas alegres e pessoas tristes, pois assim eram seus rostos.
E antes mesmo de começar a discursar, disse a criança a uma senhora que estava ali, muito triste:
Senhora, dizei-me qual a razão de estar assim tão triste?
Não sabeis vós que a morte é apenas o começo de tudo, o fim de um ciclo e o começo de outro?
E lhe disse a criança:
Não estou com medo de morrer, doce criança.
Eu apenas lamento que tantos bens e animais tenham sido destruídos, e eu e minha família nada temos pra nos desfazer.
Nada temos para dar.
Nada temos para queimar senão a roupa do corpo e nossas lagrimas.
A criança então lhe disse:
Olhe agora, ninguém aqui é pobre ou rico.
Agora estão todos no mesmo barco, ninguém tem mais que ninguém e assim vocês fizeram o primeiro ato de amor de suas vidas.
Aqueles que nada tinham, assim como a senhora, estão entre os seus irmãos que agora nada tem...
Vocês me entendem?
Agora a minha mensagem é a seguinte: saião todos vós e recolham tudo o que encontrarem perdido pelo caminho, seja roupa, animais, aves e tudo o que for de consumo, e juntem tudo...
Os ouvintes ficaram atônitos, sem entender ao certo o que aquelas sábias crianças queriam que eles fizessem, pois que na noite anterior, lhes havia sido tido que dessem tudo... e agora lhes era dito recolham tudo.
Confusos, eles saíram dali, desconfiados e desorientados seguiam...
E assim o fizeram.
No dia seguinte havia sido determinado que, estivessem eles no mesmo lugar e hora, assim foi feito.
Sem muita demora foi logo lhes falando a criança representante de todas as outras crianças.
Vejo que tudo foi providenciando da forma que lhes disse.
Sendo assim, agora todos vós repartam tudo o que sobrou entre todos.
E, nos dias que iram seguir, até o terceiro dia, a contar de hoje todos, iram receber em suas casas um visinho diferente, para uma refeição, do café da amanhã até a ceia.
E daqui a três dias nos encontraremos aqui nesta mesma praça e horário.
Assim foi feito e para surpresa de todos, no terceiro dia , as pessoas estavam falantes sorrindo, contando coisas, uns estavam com as crianças do outro no colo, e todos vestiam as roupas tão parecidas que ainda não era possível saber que ali era o patrão e quem seria o empregado, já que ninguém tinha, mais nada e todos agora tinham tudo.
E começou o seu discurso a criança.
Quem de vós esta em dificuldade?
Ninguém disse palavra.
Quem de vós esta triste no dia de hoje?
O silencio era o mesmo.
Uma senhora ainda muito jovem disse criança!
Ainda não sabemos sobre o amor e os dias passam logo é chegado o dia de prestar conta ao rei e ainda não sabemos sobre este sentimento.
Como poderia vós nos ajudar de forma, mais eficaz e rápida?
Fez-se uma longa pausa e um silêncio surto.
Continuou a criança...
Sabereis no fim do quinto dia.
Agora vão e juntem todos em uma grande festa, onde cada um de voz irá fazer um doce ou um bolo um suco e uma bebida qualquer e se reuniram no campo para uma festa sem igual.
A tarefa final e me dizerem quando voltarem aqui depois de amanhã, o que vocês estavam festejando.
Assim termino o dia de hoje.
E assim também foi feito.
Nunca se víra, uma festa tão harmoniosa, entre os aldeões daquela redondeza, todos pulavam cantavam bebiam e se abraçavam com um prazer impar, a festa seguiu noite adentro com muita união e fraternidade impar.
No dia quinto a contar do primeiro dia em que ouve a primeira reunião todos estavam lá ainda mais falantes alegres e festivos, pessoas se abraçavam e diziam gentilezas umas as outras, quase não se importando com a chegar do grupo de crianças que lhes observava satisfeitas.
E com uma palma e em coro dotas as crianças gritaram viva a vida, e todos os presentes responderam felizes viva...
As crianças tornaram a gritar Viva o Amor e todos responderam VIVA! Neste momento fez-se o sabido e conhecido silêncio.
Os olhos de todos vibravam e brilhavam olhando as crianças a sorrir.
Era isto, pensavam.
Isto era o amor.
Amar era saber dividir?
Era cuidar um do outro.
Amor era se importar com o bem do seu próximo.
Mais nada lhes havia sido tido sobre isto, como saberiam eles que isto era mesmo o que o rei queria.
E lhes falou a primeira criança novamente.
Vós homens e mulheres deste reino amanhã quando o rei chegar e lhes perguntar quem deve morrer por não saber sobre o amor... eu vos digo em verdade digam vós quem deverá ser executado nesta praça, onde é praxe o sangue ser derramado ....ide pensai sobre o que lhes digo e voltem amanhã quando então o rei também estará aqui , para vós ouvirdes.
E a multidão saiu quieta, pensativa, desconfiada uns dos outros, pois afinal querem seria entre eles os escolhidos para morrer?
No dia seguinte na mesma hora e local estavam todos lá.
Chegaram novamente em silêncio, mais havia ali algo de diferente das outras vezes, os seus semblantes eram calmos, tranqüilos, algo naquelas pessoas não era o que se costumava ver em ocasiões de grandes decisões a cerca da vida e da morte.
Minutos depois chegou o rei, e sem mais delongas disse.
Quem de vós não sabe sobre o amor?
Quem de vós deve morrer aqui agora?
E aquele senhor o primeiro a falar com as crianças que estavam à direita do rei, disse em voz alta.
Majestade chagamos a uma conclusão sobre este tema.
Somos todos irmãos e nos amamos, nos últimos dias descobrimos sentimentos como, compaixão, amizade, compartilhar, aprendemos também majestade, como cuidarmos de nossos irmãos doentes, como colher para que todos tenha comidas em suas mesas sem exceção, estas crianças que ao seu lado se encontram nos ensinaram sobre todas estas coisas e sendo assim, compreendemos que este conjunto de sentimentos é o amor.
Porem se sua majestade quer punir ou sacrificar alguém...
Sugerimos em acordo firmado entre todos os presentes que vossa majestade execute a todos aqui e agora, pois hoje o nosso sentimento e poder de amar é maior que tudo o que tínhamos antes de nos pedir sobre o amor, hoje sabemos que o bem comum prevalece e que a morte de um que amamos é a morte de nos mesmos, sendo assim... Haja de acordo com o vosso coração e com o amor que vós tendes sobre seu povo.
O rei olhando sobre todos os seus súditos disse.
Hoje morre nesta praça, o orgulho a iniqüidade, morre também o desamor, o avaro, morre também o individualimos.
Nasce aqui uma nação de amor e de união nasce o Pai chamado "Amor"
Estas crianças que vos falou durante estes dias, são filhos dos camponeses de um pais visinho, onde todos os seus pais foram mortos por meu irmão rei também, e só foi salvo este pequeno grupo de doces e meigas crianças que fugiram, para cá dizendo que haveria eles de vos salvar do fim trágico dos que morrem por não saberem amar.
Agora elas vos pertencem dêem casa amor e carinho para que elas por fim cresçam entre vós sabendo que o mundo pode ser diferente, mais justo mais humano, e mais carinhoso se existir dentre vós uma só alma que saiba sobre o amor

By Adilson

O Amigo

Pessoa simples....
sorriso franco
Ombro sempre a dispor
dias de frio ao seu lado são dias de calor intenso
calor ao seu lado tú refrigera minha'lma
triste nunca ao seu lado
jamais a solidão me visitou
lagrimas, desconheço estando perto de seu sorriso
dias e noites passam como minutos estando a te olhar
poucos sabem o sabor de ti
alma gemea impar companhia
toquem mil trombela a te saudar
amigo de seculos seculorum